quarta-feira, 11 de julho de 2012

Revolta-te Mar

Revolta-te mar, 

Que a quem o tempo perdeu
No vento e nas estrelas
Nada mais fui do que eu.

No negrume da noite se erguem
Monstros voláteis e demónios
A quem a água embalou,
A quem a terra plantou
E que se perderam por caminhos erróneos.

Se na chuva se encontra a paz
De dias que de trovoada foram,
Nos céus negros e ventosos
Crescem lamentos pesarosos
De anjos negros que choram.

Sangue vil e ameno
Assim como um dia de Verão,
Trazes contigo o Inverno,
Noites de desvario e paixão.

Quando o corpo pede a alma
E esta sem rumo vagueia,
No tempo se perdem as horas
De um fantasma que não sabe por onde passeia.

Quando outrora se foi luz,
Mas esta extinta foi,
Da noite só estrelas restam,
A tua presença magoa
Mas a tua ausência dói.

Mar amigo e pai,
Melodia de gelo e paz
Que de queixumes só resta a areia
E a quem o Sol não satisfaz
Permite que na noite,
Sob o olhar atento da Lua,
Este demónio possa vaguear,
Sem medo e sem parar
Com a alma despida e nua.


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