Nascida no seio da floresta,
Nasceu no quente solo
A mais bela criatura.
De porte divino e esguio,
Esculpido a cinzel,
Que nem o mais dotado artista conseguiria
Pintar tais olhos de mel.
Uma sarda onde cada fada beijou,
Doce e risonha inocência,
Numa alma que mais tarde,
Não diria ser verdade
Clamar uma advertência:
"Não cedas ao coração,
Porque dele, padecem os fracos,
Sê verdadeiro e usa a razão
Ou na vida, só terás fracassos"
Com riso de príncipe gargalhou
E à razão lançou um escárnio:
"Se no coração não posso confiar,
Se tu, razão, és tudo o que me resta,
A minha alma fria fica,
E no Amor, nada contesta!"
A razão retornou,
Com a advertência nos lábios,
"Faz o que te digo jovem príncipe
Ouve o conselho dos Sábios!"
E o príncipe não ligou,
Ao que os Sábios quiseram ensinar,
E num dia de chuva e frio,
Louco e em desvario
Deu consigo a chorar:
"Oh razão que de mim se foi,
Leva este coração mal remendado,
Que quando sangra, esvai de mim,
Um amor que jamais será consertado!"
"Jovem príncipe foste avisado,
Agora, nada há a fazer!
Limpa as lágrimas e aceita o teu destino,
Limpa as lágrimas e aceita o teu destino,
A isso, chama-se Crescer!"
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