Pertenço-te

Fazes-me ficar sem palavras...já não sei o que escrever se tudo o que tenho na cabeça e no peito és tu e só tu.

Tudo o que escrevo parece incompleto, não há palavras para o que sinto, nem gestos nem acções.

Cada lugar se torna mais vazio, cada pessoa se torna mais sombra do que alguma vez foi, cada pensamento se prende a ti como se eu já não tivesse qualquer controlo sobre a minha mente, sobre as minhas emoções.

Palmilhei todas as pedras da calçada e contudo nenhuma delas me soube dizer onde estás, cada uma delas se silenciou perante a minha passagem, perante o meu desespero em ver-te, em sentir o calor do teu corpo e o cheiro da tua pele.

Mas onde estás afinal?

Aproxima-se o dia em que terei um breve vislumbre teu e como dói pensar nisso. Mas sinceramente, não sei o que dói mais, se amar-te à distância e não te ter na minha presença, se ter-te na minha presença e não poder sequer encontrar o teu olhar.

É como se houvesse uma multidão entre nós, uma multidão de sombras palpáveis e duras como betão que não permitem que nos sintamos um ao outro. É como se eu fosse tão invisível como ar...

Sou tua e a ti te pertenço, sabes disso melhor do que ningué, e se não sabes, devias sabê-lo.

Não me canso de dizer que te amo, digo-o as vezes que forem necessárias: amo-te, amo-te, amo-te, amo-te, AMO-TE!!!

Porque um até amanhã é demasiado percário quando o hoje já não chega, nas tuas mãos, para onde quer que o tempo e a distância te levem, deixo contigo o meu coração. Não me faz falta quando tu não estás, é provável que precises mais dele do que eu, já me sinto vazia o suficiente para ter dentro de mim algo com mais espaço ainda. Assim, deixo-o contigo, para que o possas remendar e encher de ti e de um futuro em que exista um nós.