sábado, 15 de agosto de 2009

Aquarela


O pincel é fino e a tela está em branco...por enquanto.
O pintor não pensa, fecha os olhos e imagina...Na mente, vem já a tela preenchida.
A mão experiente mergulha o fino pincel na cor de aquarela e na tela branca, começam a aparecer os primeiros vislumbres de um rosto...A pele é doirada pelo sol, os olhos têm a doce cor do mel e o sorriso são pérolas brancas, o cabelo escuro tem reflexos doirados, vistos apenas quando o sol está descoberto, caso contrário é todo ele um tom uniforme de castanho. O nariz enquadra-se perfeitamente na moldura. Os traços não são definidos, são leves e subtis, dando a entender que de pintura passa a sonho e de sonho a recordação.
Abro os olhos, não há pintor, não há tela, não há pincel e muito menos as tintas aquarela...Existe, isso sim, a tua memória cravada na minha mente, que se começa a desvanecer, que fica com traços indefinidos como o quadro de aquarela que o pintor de mãos experientes, de coração magoado e pincel fino na mão pintou, na tela em branco.
A minha mente é essa tela e é o teu rosto de aquarela que permanece pintado nela.

1 comentários:

Anónimo disse...

"A minha mente é essa tela e é o teu rosto de aquarela que permanece pintado nela."

Não sei pintar, mas gostei muito :)

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