terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Simplicidade de um Sorriso


Não consigo arranjar palavras para descrever o teu sorriso. É mais que divino, é mais que perfeito e é tão mais do que eu poderia querer.
É nele que me foco quando o ar me falta, quando as palavras magoam e quando os actos nos dilaceram.
Os ossos podem partir, a carne rasgar, as lágrimas secarem, os sorrisos desvanecerem-se e as almas ficarem vazias, mas se há coisa que permanecerá comigo até nem cinzas de mim restarem é o teu sorriso e tudo aquilo que ele significa para mim.
Odeio não te ter por perto, a dor é mais forte do que eu consigo suportar, mas é a única coisa que mantenho e guardo dentro de mim. Tudo o resto se desvaneceu, tudo o resto é pó e tudo o resto é vazio. Mantenho esta dor apenas porque é tua, é nossa e sei que um dia, quando voltares e me olhares nos olhos, quando me deres o teu sorriso secreto e que tens guardado para mim e quando me beijares os lábios com a douçura que só tu sabes ter e com o amor que só tu me sabes dar, tudo vai voltar ao seu lugar, todos os fantasmas ganharão as formas que agora não distingo e se quebrarão em milhares de pedacinhos pequeninos e darão a lugar a coisas boas e simples, porque é o que eu amo em ti, o teu sorriso simples e sincero, o teu cabelo cor de areia e os teus olhos cor de mar, meu menino de oiro, meu porto de abrigo, o meu lar, onde sei que nada de mal me acontece.
Porque um dia, correrei para os teus braços, que tu me vais abraçar e não me vais largar mais e enquanto lágrimas de alegria me correm pelo rosto que está enterrado no teu peito eu direi "Estou em casa. Amo-te."

domingo, 18 de outubro de 2009

Felicidade Precária


Apesar da distância, gostava que soubesses que és o meu porto de abrigo, a minha fonte de calma e forças, o local onde todas as mágoas se dissipam e se tornam em estrelas.
A tua memória sabe secar-me todas as lágrimas, excepto aquelas que são dedicadas a ti e à tua ausência, porque essas estão guardadas num recanto do meu peito, bem fundas, trancadas à espera que as libertes e que lhes dês um sentido.
É-me impossível descrever o que sinto por ti, é mais forte do que deveria ser, é mais de mim do que eu queria e é mais do que eu consigo aguentar.
À noite, a cama é fria e grande demais, o meu corpo ajeita-se como quando dormias a meu lado. Deliro e vejo o teu sorriso quando acordo, sinto os teus olhos doces verem-me acordar, mas depois de bem desperta não passas de uma ilusão. Prometeste que não sairias do meu lado, mas abri os olhos e não estavas.
Que felicidade precária é esta, que só posso ter enquanto durmo, para poder sonhar contigo?
O sono tornou-se a minha droga para poder estar nos teus braços, uma e outra vez, para sentir os teus lábios nos meus infinitas vezes, para sentir a tua pele tocar a minha quantas vezes o tempo o permitir, para te amar de todas as maneiras que quero enquanto o sonho durar.
Se soubesses o quanto de amo eu sei que ficarias, por mim, por ti e por um nós que existiria fora da noite.
Dou-te de bom grado tudo o que tenho, tudo o que sou, incluindo o que me é mais precioso e que aos poucos aprendi a amar por tua causa, a minha vida. Dou-te tudo isso porque te amo, mais submissa do que quero e do que deveria ser.
Contigo, não quero que o tempo e o espaço sejam barreiras, quero que as palavras sejam substituídas por olhares que vagueiam pelas almas e por beijos que fazem lembrar o mar.
Dizer que te amo é tão menos do que verdadeiramente sinto...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Se do Amanhã Já Nada Resta


Se do amanhã já nada resta
Então deixa-me passar o ontem contigo.
Se da manhã já não há sinais
Deixa que o sol seja reprimido para que o meu corpo pertença aos teus braços por uma noite mais.
Se dos ventos já não resta frio
Deixa que o calor do teu corpo envolva o meu.
E se de ti ja nada resta
Então, para mim, tudo o que era belo morreu.

domingo, 11 de outubro de 2009

Eternidade de uma Noite


Aquilo que sinto por ti assemelha-se à loucura, contudo, tem traços finos de paixão, minuciosamente traçados pelo teu sorriso e pelo teu olhar cheio de meiguice.
O que transforma essa paixão em loucura? Bem, talvez a resposta mais óbvia seja a distância, o facto de estares ausente, tu aí e eu aqui...
Acordo a chamar pelo teu nome, as minhas noites são passadas em delírio e a sonhar contigo, com o teu doce cheiro que se agarra à minha pele, com as tuas mãos em volta da minha cintura a puxarem-me para ti e para o corpo que tanto anseio...
Os teus traços de menino são tão doces e contudo, consegues mostrar uma maturidade que se adequa à tua idade, o teu riso faz com que o meu sorriso se contagie e se torne numa gargalhada e que uma lágrima minha se transforme num aberto e sincero sorriso.
O ritmo dos teus passos é o ritmo do coração que bate dentro de mim, a tua dedicação e concentração fazem-me querer mais de ti...
Se isto não é loucura, diz-me o que é, porque numa frase louca e desesperada, num grito mudo que lanço ao mundo para que me possas ouvir, o meu peito rebenta louco de fúria um brevemente eterno Amo-te...
E se só te pedir mais um beijo? E se só te pedir mais um abraço? E se só te pedir a eternidade de uma noite para um beijo e para um abraço?
Amo-te.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Versos Mortos


Às vezes o tempo pára e ficamos sós
Mas quando o relógio recomeça,
De um novo começo,
Já nada resta de nós

E se um dia andar por aí,
Perdida em pedras sozinhas,
Pedras que de escritas têm água
Água de minhas lágrimas vazias
E se um beijo teu vale mais,
Muito mais do que mil palavras
Em mil silêncios meus,
Ressoa a loucura de alguém,
Que em tempos foi ninguém
E de ninguém o tempo solta amarras

Porque os poetas já não sofrem
E os mortos já não rimam
Se eu,
Louca e em desvario no meio me encontro
De paixão sinto fastio.