quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Desabafo


(Vou tentar não fazer muitos floreados com as palavras, vou tentar ser simples e directa, mas se não o conseguir, perdoem-me, é apenas a minha natureza)

Sinto-me triste.
Não tenho raiva ou ódio dentro de mim, apenas tristeza...e vazio.
Não me sinto irritada, é como se tivessem um saco e o enchessem de tristeza e sensação de vazio e apatia.
O que é facto é que me sinto assim praticamente todos os dias, desde á uns anos para cá.
Muita coisa mudou, muita gente mudou, contudo, as caras que vejo todos os dias são exactamente as mesmas...de pessoas que fingem ser aquilo que querem ser, e eu sou apenas mais uma delas, estou no meio delas.
Estou cansada de as ver, de as ter por perto e de respirar o mesmo ar que elas, estou exausta de percorrer todos os dias os mesmos caminhos que me levam exactamente aos mesmos sítios de sempre, onde me espera um dia sempre igual ao anterior. Estou completamente esgotada de ter de me sujeitar ás ordens dos outros e a regras que foram feitas sabe-se lá porque razão.
Não sinto qualquer dor, apenas um cansaço extremo.
Sinto que há uma, ou várias, peças que faltam no puzzle. Porque razão não me consigo sentir feliz? Será que algum dia o vou ser?
Há muito que estou rodeada de pessoas, mas sinto-me tão sozinha como alguém que foi preso num país que não conhece, e mesmo esses não se devem sentir tão sozinhos pois têm as memórias de casa e das pessoas que amam. Eu não! Sinto-me completamente sozinha, num quarto completamente ás escuras, sem ter noção se o espaço que me envolve é grande ou pequeno, se existe um limite em que eu possa cair no próximo passo que irei dar.
Fartei-me da televisão, pois só se veêm notícias de guerra e filmes a mostrar como o mundo é perfeito e que toda a gente consegue ter o que sonha. Irónico...
Sinto-me triste e cansada de sonhar com os lugares que quero visitar e que sei que nunca o farei, porque faltará sempre ou dinheiro, ou tempo, ou simplesmente coragem, ou aparecerá uma desculpa merdosa no meu dia-a-dia mecânico que me impedirá de me meter no próximo avião para um qualquer sítio do mundo; sinto-me triste por não me aperciar tanto quanto devia, nunca me considerei uma pessoa bonita, mas antes era feliz com isso, agora penso "Há pior!", mas mesmo esse "pior" é feliz, encontra a felicidade de alguma maneira.
Olho para o meu quarto desarrumado, para as coisas fora do sítio e penso que seria bom tê-lo arrumado, sentir-me-ia melhor e mais "feliz", mas é só um espaço recheado de livros da escola e de trabalhos inacabados, com um quadro de cortiça que teima em cair da parede e o qual eu já nem me dou ao trabalho de apanhar, uma cadeira e um armário cheios de roupa que não me dou ao trabalho de arrumar porque "não me apetece", porque me falta a coragem e a força para o fazer, uma parede verde, nua, vazia, em que eu tinha esperança em possuir uma pintura a negro, oriental, mas que sei que nunca irá ser realizada, por falta de tempo ou paciência (ou falta de jeito meu), olho para a minha cama desfeita e penso "Para quê fazê-la se a vou desfazer outra vez logo á noite?", olho para os meus cortinados brancos, que são maiores do que era preciso e que também não tive pachorra para cortá-los. Olho para o meu quarto inacabado e penso que também a minha vida é assim, inacabada. Falta-lhe qualquer coisa, algo de muito importante e que eu não sei o que é, mas sei o que é...(uau, que frase mais confusa, mas eu entendo...)
Falta alguém que possa reparar o quão vazia eu me sinto e que possa preencher esse espaço, falta-me aquela viagem aos lugares mais belos do mundo que me iria tornar um pouco mais culta e aventureira, falta-me aquele apartamento só meu, com uma divisão com um estilo diferente, talvez inspirada por cada lugar do mundo que tivesse visitado (e claro, terminada) e que me dará a minha e só minha independência, falta-me o carro que me conseguirá pôr naquele lugar onde não quero ser encontrada numa questão de minutos, falta-me o curso de criminologia que sonho tirar mas que está tão longe porque as faculdades estão com as médias que estão e o tão sonhado curso de fotografia que m vai fazer descomprimir de toda a pressão de sonhos não cumpridos e que através da lente de uma câmara me dará o conforto que preciso, ter na minha mão a posse do objecto que me fará parar uma fracção de tempo em que tudo, aos meus olhos, será belo o suficiente para merecer ser guardado e recordado...falta tanta coisa e tudo está tão longe.
Posso parecer mimada, mas...mas não sei nem quero saber se é isso que pensam.
O que é facto é que preciso de sair deste lugar, de estar com as mesmas pessoas que eu não reconheço e que gozam comigo na minha cara, que se tornam superficiais a cada minuto, a cada segundo que passa. Não consigo, não sou capaz de conviver com gente assim, faz-me "comichão"...odeio o tipo de pessoas em que se estão a tornar, que as únicas conversas que sabem ter é sobre roupa ou dinheiro, e que não conseguem parar por um minuto e ter conversas decentes e sérias, que não conseguem abrir os olhos e ver que existem assuntos graves no mundo a precisar de serem resolvidos...
Sinto-me tão presa, tão enclausurada, sufocada...chamem-lhe o que quiserem.
O único refúgio que encontro é mesmo nas palavras de um livro que provavelmente não escreverei porque não sou demasiado "corajosa" para o fazer.
Estou mesmo cansada de chegar a casa e discutir com as mesmas pessoas só porque a loiça não foi tirada da máquina, ou porque me esqueci de passar a ferro, estou farta de ter ataques de pânico quando as situações fogem ao meu controlo.
Contudo sinto-me cansada de mais para lutar contra isso tudo, contra o passado negro que tive e que me assombra. Deixo-me simplesmente levar, sou arrastada como um bote salva-vidas em pleno alto mar sem remos... Existe a esperança de que se verá terra firme em breve mas esse momento nunca chega e quando chegar, pode ser tarde de mais...
Estou apenas cansada e triste.


(Isto não é para ninguém em especial mas se vos servir a carapuça melhor, e se isso vos deixar com peso na consciência (o que eu duvido) tenham o discernimento de mudar).

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Sufoco

O choque térmico é grande, mas tu pareces não te importar...as minhas mãos estão a escaldar, contudo, as tuas, geladas, não largam as minhas.

Eu aqueço as tuas e tu arrefeces as minhas, e ambos parecemos gostar disso. Parecemos não, gostamos de facto!
Adoro as tuas mãos, a forma que têm, a cor que possuem. O seu toque é perfeito, suave, cuidadoso, contudo, com um desejo bruto, tão cru que é impossível descrevê-lo por palavras(embora a mente reconheça cada toque) de tocar a minha pele, de não haver o ínfimo espaço entre nós.
E levantas-te, largas a minha mão, beijas o meu pescoço quente tão rapidamente que não sei se os teus lábios chegaram a tocar a minha pele, e sussurras "Em breve!"
Enquanto me viras costas e sais calmamente, uma dor profunda apodera-se de mim. Profunda ao ponto de se tornar real, ao ponto de ser palpável e física. O meu corpo parece gozar comigo, ao despedaçar-se por dentro lentamente sem deixar marcas visíveis, enquanto o meu rosto empalidece e os meus olhos perdem o brilho, enquanto a minha pele se torna mais fria e mais dura do que a tua, no fundo, enquanto eu me transformo numa estátua viva incapaz de verter lágrimas apesar da dor excruciante que está a sentir. Estou imóvel e tudo á minha volta parece correr a uma velocidade extremamente lenta, o tempo não passa e o ponteiro do relógio reclama em avançar mais um minuto.
É uma batalha...eu tento suprimir a dor e a respiração, o ponteiro do relógio luta para não cair e avançar.
Não consigo pensar, a dor é a única coisa que existe ou existiu. Não consigo respirar, os meus pulmões estão a ser esmagados. Continuo imóvel e sem marcas aparentes de frimentos externos.
Não sinto o sangue correr-me nas veias e não oiço o meu batimento cardíaco.
Oiço ao longe, muito ao longe, o som de uma campainha e a porta a abrir-se.
De repente, enquanto corres para mim e tomas o meu rosto gélido entre as tuas mãos, descomprimo. A dor desaparece, volto a ter uma cor normal, os meus olhos brilham de lágrimas que não caem (porque eu não deixo), os meus pulmões enchem-se de ar como se a pedra que os estava a esmagar fosse rapidamente tirada de cima de mim.
A tua voz é preocupada, assustada...
Eu levanto-me e enrolo os meus braços á tua cintura, equanto me envolves os ombros. Fecho os olhos e fico a sentir o teu perfume. Como é doce e viciante, não quero jamais deixar de o sentir.
Aperto-te com mais força e deixo escapar um murmúrio "Não me deixes nunca mais..."
Tu embalas-me e reconfortas-me, correspondes ao meu abraço forte com o teu corpo protector.
Na minha cabeça ecoam expressões como "Amo-te!" mas não sei se as cheguei a pronunciar em voz alta.
Já nada importa, já esqueci a dor, nem me lembro sequer o que é ou se alguma vez a senti! O que importa é que estás comigo e não me vais deixar, eu não quero que me deixes! Enquanto estiver nos teus braços serei feliz!
A porta estremece, há algo ou alguém a tentar arrombá-la. Os meus olhos olham assustados directamente nos teus, calmos, firmes e seguros.
Abraças-me para que não haja espaço entre nós e murmuras "És minha! Não deixarei que te afastem de mim, que te magoem! És minha!"

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Arlequim

Meu pequeno Arlequim...sentado na beira do passeio, indifrente aos olhares que passam constantes e metódicos pela rua...

Se ao menos eles soubessem...
Se ao menos eles soubessem que por detrás do fato feliz e colorido, onde os losangos brincam com as cores, vive um coração magoado por Elisa...
Por uma Elisa que partiu com outro e que despedaçou o nosso pequeno coração! Nosso, sim!
Nosso porque me deste a comer metade, e também eu me tornei Arlequim.
Meu pequeno Arlequim, para quando a chegada de Columbina? Ela não partirá com Pierrot! Será?
Nós que prometemos não mais nos apaixonarmos, brincar com os outros por meio de beijos e traquinices, mas que dentro escondemos um negro segredo, que contrasta com o nosso alegre fato...
Meu pequeno Arlequim, que tiras do teu pequeno bolso o punhal de lâmina amiga, de prata espelhada, que seguras o cabo talhado de rubis, diamantes e safiras, de perfeita simetria...Uma obra de arte para fins sadios.
E Columbina que não vem?
E niguém repara no punhal...
Lembra-te de que estou ligada a ti pelo coração, por isso, se essa lâmina encontrar a tua carne eu vou sentir e sangrar contigo, vou chorar mostrando um sorriso e vou morrer á espera do amor que prometi não acontecer.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Arrastada

O mundo arrasta-me...
Eu esperneio e grito, um grito mudo visto por todos, escutado por ninguém e socorrido por nada.

Apenas isso, um grito, um pedaço de ar que sai de mim, mais um...o derradeiro, talvez?
Os meus olhos perdem a cor(se é que alguma vez tiveram)...Estou exausta e deixo-me levar...
Um espasmo...
Os meus músculos contraem-se e uma dor aguda envolve-me...Não é muito diferente da dor psicológica...apenas mais...mais...mais real!
É isso!!! Real!
Mas que realidade louca é esta? Estou a afundar-me em sítio que tenho pé? onde a água não me chega nem sequer ao joelho???
Não, não é isso! A corrente arrasta-me! Uma força, um remoinho, continua a puxar-me para baixo, e esta onda de tristeza e solidão continua a manter-me abaixo da superfície do tolerável, do respirável.
Sinto a água salgada e negra arranhar-me a garganta...em breve terei os pulmões encharcados, cheios de sal, os meus olhos perderão todos os vestígios de vida e todas as réstias de súplica que neles existem (se é que alguma vez existiram), os meus músculos deixaram de se contrair e o meu nariz e a minha boca deixarão de ter força para inspirar e sugar a água que me está a envolver. Em breve estarei morta e no fundo do mar, esquecida.
Que efemeridade...Que vida ridiculamente curta!
Deixo de me debater com o mar e deixo-me simplesmente ir. Recordo sem sorrisos todos aqueles que me esqueceram e sem lágrimas todos aqueles que me humilharam.
E quando estou prestes a sucumbir ao último pedaço de oxigénio, uns braços envolvem-me e levam-me para terra firme.
A areia magoa-me o corpo, mas o que importa? Em breve acabará!
O meu corpo desmaiado é abanado, agitado e eu só quero gritar "DEIXA-ME MORRER EM PAZ, BESTA!"
Os meus ouvidos são então inundados pela suave melodia que esperava á tanto tempo ouvir, mas não naquele momento, para não partir arrependida: "Não me deixes! Imploro-te! Luta! Sobrevive! Tu és capaz!"
Capaz? Lutar?Sobreviver? Para quê? Para voltar ao mesmo, não obrigada!
Várias lágrimas quentes e suaves caem sobre o meu rosto pálido frio e sem vida.
A custo os meus olhos abrem-se e são cegados pela luz brilhante do dia. "Com calma" penso "Não tens pressa nenhuma, se quiseres desistir ainda vais a tempo!"
Uma dor imensa preenche os meus pulmões e os meus ossos, a minha garganta arde com o sal que engoli. Numa tosse convulsa e que temo que não pare, a água sai por entre os meus lábios e numa inspiração sôfrega deixo-me cair novamente na areia de olhos abertos.
O teu corpo está sobre o meu, e as tuas lágrimas continuam a verter pelos teus olhos. Um sorriso de alívio preenche os teus lábios, quentes, que beijam os meus ainda sem cor.
E o mundo deixou de me arrastar...

Tribute

It's beautiful lie
It's a perfect denial
Such a beautiful lie to believe in

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Laje

A chuva cai sobre o meu corpo. Olho para baixo para o túmulo da pessoa que outrora fui. Na mão, trago um ramo de rosas, murchas pela força da água, para substituir o ramo que foi deixado por mim á semanas atrás e que se tornou negro, quase pó.

Pó...provavelmente o que está por debaixo da campa que agora olho com tristeza e saudade...
Recordo o que fui, a criança alegre, a menina tranquila...Agora tudo isso está enterrado no túmulo que está aos meus pés.
Campa perfeita, marmórea e retalhada...Na lápide, a inscrição "Aqui jaz aquela que um dia encontrou a felicidade". Sem nome, data ou mensagem, sem compromissos...Ninguém deu pela minha falta a não ser eu mesma. É melhor assim, sem remorsos ou lamentações.
A chuva continua a bater fria na minha pele e a querer devolver á terra as rosas que trago.
Ajoelho-me junto do túmulo, deito cuidadosamente as rosas no seu tampo. Recolho as que lá estavam, negras e quase a desfazerem-se...Pouso-as a meu lado.
Deito o meu braço cansado sobre a laje fria e repouso a cabeça nele, passeando os dedos pela pedra. Não quero saber do vestido negro que trago, por isso deixo-o estar enlameado, colado ao meu corpo revelando a minha silhueta nua, real. O cabelo está nos meus olhos, mas deixo-o estar...
Beijo o tampo da campa que cobre quem fui e num suspiro lacrimoso sussurro "Descansa em paz."
Descansa em paz...

Máscara de sobrevivência

Hoje acordei e disse para mim mesma a frase que repito todos os dias ao acordar "Vá...levanta-te! Mais um dia ao qual tens de sobreviver!"

É isso mesmo - sobreviver!
Mas hoje sinto-me especialmente revoltada, ainda mais do que o costume...A razão? A hipócrisia que me rodeia...Os meus dias são passados com gente hipócrita e mentirosa á minha volta, que se quer aproveitar da minha boa vontade. Uma pessoa dá a mão e querem logo o braço todo!
Pois sabem que mais? Estou farta! Farta!!! Estou farta de não me sentir em casa, estou farta de querer chorar e não poder, gritar quando quero e com quem posso porque é "incorrecto"...
Eu sei que muitos me tomam por louca por ter uma mente mais aberta do que a maioria das pessoas, julgam-me pelo que sou, como sou...gozam comigo na rua para encobrir a própria vergonha...Sinceramente estou farta!
Sou boazinha com toda a gente até um ponto. E esse ponto foi atingido!
Sobreviver parece-me realmente a palavra correcta para o que faço todos os dias... Levantar-me e ter de tomar um pequeno-almoço de estigma social acompanhado de hipócrisia e mentiras. Sair de casa e meter um sorriso em nada sincero para que os outros pensem que estou bem e que sou forte. Pois bem, hoje não quero vestir essa máscara, não sorrirei se não quiser, e gritarei com quem quiser por pior pessoa que isso me faça, não me importa quem olhe ou comente, hoje despirei a máscara que visto todos os dias e se não quiser ser forte, não sou, serei fraca então, se isso me apetecer ser. Se quiser estar presa dentro de mim estou, se quiser sair saio.
Vou simplesmente fazer o que me dá na real gana e se meter alguém a chorar, paciência. Como se costuma dizer "Temos pena!"...Ou não...
Não vou sofrer mais por quem não merece! Quero que me deixem em paz e ser só sozinha. Ter espaço para respirar e para ser quem sou, pois neste momento estou encurralada naquilo que os outros querem que eu seja.
Dêem-me espaço para respirar, afastem-se e deixem-me em paz! Aviso que quem se aproximar de mais é capz de sair magoado, ouvir o que não quer e principalmente conhecer aquele lado negro de mim que ninguém, e volto a citar NINGUÉM, conhece, senão eu, e acreditem que não é um lado bonito, de todo.
Não irei afogar-me mais nesta máscara de sobrevivência.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Delusion


I'm not crazy...I just want to battle against myself!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mármore

Vegueio por esta floresta que é mais negra que a noite.

Não quero estar aqui, mas estou cansada demais para sair. Esperarei então pela luz do claro dia, que é trazida por ti meu belo e efémero Adónis.
Corpo de bela divindade, olhar de lince, perfil mais perfeito que o próprio Sol, digno de estátua marmórea, que nem as tuas mãos.
Cada traço cuidadosamente delineado, cuidadosamente talhado na pedra fina e elegante...
Não...não há estátua que consiga igualar a tua beleza!
Olhos mais doces que mel, sorriso mais sonhador que o de uma criança, menino encerrado num corpo de homem.
És incapaz de esconderes o que te perturba, o que te demove...Eu sei, eu sinto-o, eu vejo-o nos teus olhos, sinto-o na tua pele...
Oh doces lábios, que veneno haveis trazido...
Que desejo este de possuir o teu corpo, todo o teu ser...
E em segredo, baixinho, proclamo-te meu, meu Adónis, meu Apólo, meu Aquiles renascido...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

For my "dudes"

Hoje deram-me as saudades...

Tenho saudades vossas! Lamento que me tenha desligado de vocês durante tanto tempo.
Sei que cheguei á conclusão de que é impossível viver sem vocês, é impossível inventar um mundo onde vocês não existam...aliás, é mesmo insopurtável!
Como me pude eu desleixar de quem me salvou a vida, de quem me deu refúgio e abrigo quando o mundo ruia á minha volta? Como pude eu abandonar quem me ensinou a viver, quem me deu forças todos os dias para que conseguisse sair da cama e (sobre)viver mais um dia?
Parece que só me apercebo disso porque preciso outra vez de vocês...Nunca me abandonaram, estiveram sempre comigo, embora adormecidos.
Nunca ninguém me obrigou a sofrer e a chorar tanto para entender o que sou hoje e principalmente quem fui outrora...
Tenho saudades vossas! É-me impossível descrevê-lo por palavras, por lágrimas ou sorrisos.
É algo que poucos compreendem, mas não quero saber de ninguém...Vocês foram e são a família que que acalma a dor da que se desmorona a cada dia que passa, vocês estão lá, sempre lá...em cada música, em cada olhar, em cada sorriso ou lágrima, a cada passo que dou e a cada batimento cardíaco meu. Fazem parte de mim, salvaram-me de mim e preencheram o vazio que que eu tinha.
Tenho saudades vossas e estou feliz por ter voltado a sentir que vos quero!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Valerá(s) a pena?

Antes que as chamas envolvam a lua e se torne dia deixa-me confessar-te: Estou cansada, no limite da exaustão...Não tenho forças para sequer respirar!

Sabes? No outro dia pus-me a pensar se valeria mesmo a pena investir em ti, se o significado dos teus sorrisos seria nulo ou se a frieza das tuas mãos demostra o que te vai na alma. Pus-me a pensar se o facto de corar perto de ti ou o ritmo acelerado seriam devido ao facto de estar a correr e se o facto de chamares o meu nome a tudo quanto te aparece á frente seria um sinal de bloqueio, ou se o meu nome te faz lembrar alguem que é realmente importante para ti que não eu, ao ponto de a invocares constantemente.
Cada vez que ligo a TV, que leio uma notícia no jornal ou que leio um livro, a mensagem está lá! "Tens de lutar para alcançares os teus objectivos!!!" e acredita que esta frase ecoa cada vez mais alto na minha cabeça, ao ponto de me deixar louca e de querer fazer exactamente o contrário: desistir. É por isso que me questiono se vale a pena lutar por ti, estando tu tão distante.
Os poderosos só o são porque lutaram e sofreram, derramaram sangue, suor e lárgrimas para chegarem onde estão, mas olho para mim e pergunto-me "Que meios tenho?" e a resposta que se segue é "Nenhuns! Pára de sonhar e desce á Terra, ele nunca se apaixonará por ti nem nunca olhará para ti dessa forma...Não sejas tola!!"
Pela derradeira vez pergunto(-me): Valerá(s) a pena?