sábado, 29 de agosto de 2009

Férias

Caros leitores e visitantes,
Vou de férias para Albufeira (Algarve) com umas merecidas férias.
Volto daqui a duas semanas.

Beijinhos e boas leituras

Kuka**

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Quem Partiu


Tenho saudades tuas...não, tenho muitas saudades tuas!
As memórias que tenho tuas são o meu tesouro mais precioso, o tesouro sem preço que tenho o enorme prazer de partilhar de comigo para comigo.
Tenho saudades tuas...e durante a noite murmuro esta frase vezes infinitas, tão infinitas que por vezes se torna estranha no seu próprio conhecimento e essência, é a frase que antecede o meu sono e aquela com que acordo e que me leva o ar matinal.
Tenho saudades tuas...
Saudades de chegar a casa a correr para ver o teu sorriso, para me sentar ao teu colo e ouvir as tuas histórias, de descobrir a tua cara e as tuas feições, os teus traços e rugas de tristezas e alegrias que a vida te foi trazendo, com as minhas mãozinhas pequeninas e irrequietas.
Tenho saudades de te dar a mão, de me aconchegar no teu colo enquanto me cobres com uma manta e enquanto adormeço no teu peito a pensar que serás eterno e que eu serei sempre a criança que tens no colo a adormecer com um sorriso nos lábios.
Tenho saudades da menina humilde e risonha que me ensinaste a ser, mas que algures no caminho se perdeu, talvez quando partiste, e se tornou soturna ao ponto de ter medo de si mesma.
Tenho tantas saudades das tardes no quintal, a admirar a tua brilhante capacidade de construir, inventar e descobrir...eras brilhante e eu tinha tanto orgulho em dizer "Sou tua neta!!!"...
Tenho saudades que me ensines a assobiar como os passarinhos...quando partiste, também o meu assobio de passarinho partiu e não voltou mais...
E o que resta dessa saudade? Memórias que não sei se são reais, uma campa cheia de pó, fotografias de alguém que tenho medo que não tivesse sido real. Tenho medo de esquecer o teu cheiro, de esquecer a tua voz e o teu olhar bondoso, da forma como me dizias que tudo tem solução e de como me fazias inocentemente acreditar nisso.
Por favor volta, ou leva-me ao sítio onde estás e ajuda-me, ajuda-me porque não sei o que fazer. Ajuda-me porque sem ti estou perdida, já não sei ser humilde como me ensinaste, já não sei ser aquela menina sorridente de mãozinhas pequeninas e grandes olhos que andavam sempre azuis, de pele branquinha e sardas...O que resta de mim agora é o corpo de mulher, uns olhos que não passam de manchas cinzentas, as minhas expressões inverteram o riso e tornaram o meu rosto num labirinto de tristeza e mentira...
Tenho tantas saudades tuas...

domingo, 23 de agosto de 2009

Cavalinho de Tróia


É incrível como alguém nos consegue enganar tão bem...
Aproximam-se de nós, afirmam que são diferentes, que tiveram vidas e experiências idênticas às nossas, mas no fim, fazem o que toda a gente faz...apunhalam-nos nas pelas costas e quando os confrontamos continuam a apunhalar-nos sem misericórdia pela frente!
Confiamos cegamente nelas pois dizem que nos compreendem e que a partir daquele momento vão estar sempre lá para nos apoiarem, nas nossas vitórias e nas nossas derrotas, que serão o nosso ombro amigo em qualquer situação...Mas depois, chega o dia em que descobrimos que não é bem assim, que as pessoas têm uma vida dupla e que lá bem no fundo não querem saber de nós, revelam-se verdadeiros cavalinhos de Tróia, boas pessoas que quando se revelam na sua essência são más e nos espezinham...
Já tive o "prazer" de me dar com muita gente assim ao longo da minha vida, mas nunca pensei que alguém tão próximo me pudesse dar uma facada deste tamanho...Parece que sempre fui sozinha e continuarei a sê-lo, pelo menos não me magoo a mim própria...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Prioridades


Estive recentemente a ver fotografias deste último ano que passou. Fotografias de novas e de velhas amizades, de visitas de estudo tresloucadas e de momentos e pessoas que considerava na altura serem especiais. Mas desta vez algo mudou...Apercebi-me de que há pessoas que, se nunca mais as vir, também não me faz diferença, não são de todo pessoas que sejam essenciais na minha vida. Revejo agora em fotografias sorrisos falsos em vez de sinceros, pessoas que amei e que não voltam, amigos que se perderam e que na verdade nunca foram amigos...
Tudo isso me apela à consciência, tudo isso me provoca um certo desconforto e me faz pensar que fui idiota em muitos momentos, que acreditei demais em quem me mentia na cara, que me apaixonei com demasiada intensidade por quem não sabia que eu existia, que confiei em quem me traiu e principalmente, que poucos são aqueles com os quais já não sei viver.
Contam-se pelos dedos de uma mão, mas até esses nos desiludem. Talvez se não tivesse sido tão cega...
Confio em quem não merece a minha confiança, sou suplente para quem apenas precisa de mim em momentos que não tem nada para fazer e eu sirvo apenas para passar o tempo, tratam-me como uma diversão nas suas mãos, pedem a minha ajuda (que dou de bom grado), mas quando sou eu a pedir socorro verifico que fico sempre sozinha porque todos me viram as costas e me deixam sempre para terceiros e quartos planos.
Talvez deva começar a definir melhor as minhas prioridades, talvez deva começar a escolher os sorrisos que quero que entrem nas minhas recordações, talvez deva apagar aquele passado que tanto me magoou e que tanto me ensinou...
Talvez devesse fazer muita coisa que não faço e ser muita coisa que não sou...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Inocência perdida


"Catarina, brincas comigo?" , perguntou-me certa vez uma criança de 4 anos.
Embaraçada, respondi "Não...". Confesso que me custou dar esta resposta, a menina estava com um ar tão feliz que ao dizê-lo tive medo de a estar a desiludir...
"Porquê?", a pergunta foi feita com tanta simplicidade e sem pinga de maldade, que me atingiu de tal maneira e com tanta clareza que me limitei a responder aquilo que à muito tempo necessitava de confirmação verbal: "Não sei brincar...", confessei envergonhada.
A menina não me julgou e limitou-se a dar um sorriso sincero, mas mais tarde avaliei a situação.
Senti-me mal na minha própria pele, como raio se perde a "técnica" (se é que existe) de brincar?
Cheguei a uma resposta que pensei, na altura ser lógica: vergonha...não de estar na presença de uma criança, mas de ter de fazer todas aquelas vozes dos bonecos, ter de inventar uma história que depois de vivida por personagens, morre para dar lugar a outra com diferentes personagens nos mesmos corpos, com diferentes nomes, personalidades e vidas...
Era uma criança de 4 anos, não iria gozar de mim, não se iria rir, iria apenas limitar-se a responder às falas das minhas personagens e ajudar a criar uma história. O pedido era simples, sincero e infantil...Ela só queria brincar comigo...E eu não fui capaz.
Cheguei à idiota conclusão de que me esqueci da minha infância, esqueci-me de como se brinca, da inocência que é requerida para o fazer...Cheguei à conclusão de que essa inocência e essa pureza de ser crinaça, foi à muito perdida e a pior parte é que nunca mais a voltarei a recuperar.

sábado, 15 de agosto de 2009

Aquarela


O pincel é fino e a tela está em branco...por enquanto.
O pintor não pensa, fecha os olhos e imagina...Na mente, vem já a tela preenchida.
A mão experiente mergulha o fino pincel na cor de aquarela e na tela branca, começam a aparecer os primeiros vislumbres de um rosto...A pele é doirada pelo sol, os olhos têm a doce cor do mel e o sorriso são pérolas brancas, o cabelo escuro tem reflexos doirados, vistos apenas quando o sol está descoberto, caso contrário é todo ele um tom uniforme de castanho. O nariz enquadra-se perfeitamente na moldura. Os traços não são definidos, são leves e subtis, dando a entender que de pintura passa a sonho e de sonho a recordação.
Abro os olhos, não há pintor, não há tela, não há pincel e muito menos as tintas aquarela...Existe, isso sim, a tua memória cravada na minha mente, que se começa a desvanecer, que fica com traços indefinidos como o quadro de aquarela que o pintor de mãos experientes, de coração magoado e pincel fino na mão pintou, na tela em branco.
A minha mente é essa tela e é o teu rosto de aquarela que permanece pintado nela.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

JÁ CHEGA!!


É incrível a quantidade de pessoas que nos tentam manipular a vida durante o dia, todos os dias...e é disso que estou farta, que me deêm direcções para onde DEVO seguir, para onde TENHO de seguir, para o que PRECISO de fazer...e aquilo que eu QUERO?
A questão é essa, está-se simplesmente tudo borrifando para aquilo que quero, para os sítios onde quero ir, as pessoas que quero conhecer...afirmam que QUEREM o melhor para mim, mas acho que já tenho idade e cabeça suficiente para decidir os meus caminhos, avaliar as situações e principalmente cometer os MEUS erros...
Pode tratar-se de uma forma baixa de egoísmo, mas é a mais pura das verdades...eu não digo a ninguém o que deve fazer, aconselho, mas por uma qualquer razão que me é desconhecida, toda a gente me obriga a fazer o que querem por "ser o melhor para mim!" Adivinhem: NÃO É! Eu sei o que quero, quando quero, sei tratar dos meus assuntos à minha maneira, embora muitas das vezes possa sair magoada ou desiludida, mas pelo menos foi pela escolha que EU fiz e não por aquilo que alguém me disse para fazer...
Eu só desejava que me deixassem em paz, a viver a minha vidinha...Porque eu não chateio ninguém, estou no meu canto, sossegadinha e sem fazer mal a ninguém, mas de alguma forma toda a gente vem a esse meu cantinho dizer aquilo que tenho de fazer para sair dele: "Dá-te com mais pessoas, sai a mais sítios, anda sair connosco hoje à noite, deixa isso para trás, tens de esquecer essa pessoa, tens de ignorar, nunca vais conseguir, vai ali hoje, tens de o fazer ou ficas com a tua vida arruinada, ficas um ano sem fazer nada..." CHEGA!!!
E então? E se ficar um ano parada? É talvez isso que me faz falta...E depois? E se não me apetecer esquecer determinada pessoa, se é ela que me dá conforto à noite? Digam-me qual é o stress de ter de fazer tudo à vossa maneira e bel-prazer?
Para mim chega! estou FARTA, simplesmente farta!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Presa ao mesmo sítio


Estão a ser as piores férias de sempre...Começo a ter saudades daqueles tempos em que achava as férias longas demais e que queria voltar à escola o mais rapidamente possível, sentir o cheiro dos livros novos, abrir as canetas e lápis por estrear, escrever nos cadernos ainda em branco...Mas agora é diferente...
Cheguei ao final do 12º anos e como alguém me disse, comigo é sofrer até ao fim, tenho um exame pendente porque se fartaram de me roubar pontos e preciso da nota para ser aprovada à disciplina, por isso, não me consigo sentir de férias...Se passar no exame há ainda outra questão que me está a deixar extremamente desconfortável...a faculdade...tenho apenas uma e só uma hipótese, apenas uma faculdade em que posso seguir o meu curso de sonho e se não entrar estou tramada.
O que me irrita nem é isso, porque sei que daqui para a frente não depende de mim, pois já fiz tudo o que podia, o que me irrita é ver toda a gente a seguir em frente, a ter opções de vida, a querer sair de Lisboa para começar uma vida independente e eu a ficar para trás, a sentir-me uma ignorante e a sentir que, apesar de ter dado o meu melhor deveria ter dado mais do que isso.
Irrita-me ainda mais o facto dessas pessoas se gabarem que vão para longe, começarem a fazer planos para uma vida auto-suficiente e eu não poder ter os mesmos sonhos e ambições, nem poder fazer os mesmos planos.
Já não basta eu mesma sentir-me mal e desiludida comigo, como também me faz sentir pior o facto de desiludir a minha família, de me virem cair todos em cima e dizerem "podias ter feito melhor!" quando eu sei que sempre estive no limite das minhas forças...e o que faço perante afirmações como essas? Limito-me a sorrir e a ficar com uma vontade bruta e absurda de me desmanchar em lágrimas, a sentir-me uma ignorante.
Eu tinha um plano e agora estou a ser deixada para trás, eu tinha sonhos, mas já devia ter aprendido que os sonhos não são para quem quer, são para quem pode...

domingo, 2 de agosto de 2009

Klepht - Estigma(:2)

Sem Tabus falamos do controlo que o corpo não costuma ter
Dos motivos e argumentos que nos levam a ceder
A dormência como sensação, é um testemunho que esclarece tão pouco
Se passarmos da palavra aos actos, explicamos bem melhor

Dividir o estigma em dois
Procurar vivê-lo a dois
Controlar-me em tudo
Dar-te tudo e depois...

Acabamos por esconder intenções que são vistas a olho nu
No contacto o corpo revela-se sem pudor nenhum
Com o ritmo da respiração
Imaginamos cada qual ao seu
À excepção do prazer que nos dá
Nada mais consegues pensar.

Dividir o estigma em dois
Procurar vivê-lo a dois
Controlar-me em tudo
Dar-te tudo e depois... há sempre um depois...
Nem que mintas a ti mesmo
Sentes o controlo a fugir aos dois!

Diferente


"És igual a todas as outras pessoas..."
Serei?
Não, claro que não! Passei por demasiado e cedo demais, vi coisas que não queria ver, ouvi coisas que não queria ouvir, fui traída, humilhada e escurraçada por quem me era mais próximo, dei a minha amizade de boa vontade a quem não a mereceu e me magoou, amei quem não devia e que me matava todos os dias um pouco mais por dentro...Por culpa do tempo que passei nas trevas reeinventei-me em algo que é uma máscara precária de felicidade na qual sorrio para todos à minha volta durante o dia e à noite, sozinha no meu quarto e envolta nos meus lençóis choro até adormecer...
Acredito que não serei feliz até que alguém seja corasojo o suficiente para ver o meu mundo, para fazer parte dele, que seja capaz de o amar na verdadeira acepção da palavra e para além de o amar, seja também capaz de o aceitar e torná-lo um pouco mais luminoso todos os dias.
Não me digam que sou igual aos outros, pois não consigo ser feliz por ver o sol nascer por mais um dia, todos os dias, tenho uma noção de fim pior que a morte...chama-se vazio.
Sim, vazio...o pior pesadelo que alguém pode ter é sentir-se vazio, completamente oco, cheio de lágrimas que ameaçam sair a qualquer momento pelo episódio mais idiota de sempre. Estar num espaço rodeado de caras espantadas pela fofoca do momento e sentir-se completamente apática em relação a isso, revelar um sorriso vazio e falso porque não se sabe onde se irá buscar forças para a sinceridade que nos pedem.
Estou farta de estar lá para toda a gente e já nem me queixo por não me agradecerem, mas eu ajodo todos e será que alguém me ajuda a mim? A resposta é não. Porquê? A resposta é medo...Tenho um mundo demasiado obscuro e fundo para que alguém "normal" possa suportar.
Por isso não me venham dizer que sou igual a toda a gente porque eu NÃO SOU!