quinta-feira, 23 de julho de 2009

Momentos


Levanta-se cedo para repetir o ritual de todas as manhãs: prende o cabelo e vai até à cozinha preparar a caneca de café forte que lhe permite começar o dia.
Regressa ao quarto que começa agora a ser iluminado pelo sol veranil.
Senta-se no largo parapeito da janela e olha lá para fora. Ainda se nota a metade que o sol não iluminou e a metade que já está completamente iluminada.
Olha o mar, a praia mesmo abaixo do seu quarto. O mar está calmo, meio adormecido, o vento afasta os padrões da areia, tornarndo-a lisa, os rochedos permanecem imponentes e solitários, cobertos de musgo, esperando algo ou alguém que talvez não venha.
Dá um gole no café fumegante, inspira o seu odor forte que lhe traz um momento de clareza.
Já se conseguem ouvir as primeiras gaivotas madrugadoras.
Sorri involuntáriamente, de olhos fechados.
Abre a janela e permite que o odor do mar lhe lave os sentidos e que lhe inunde o quarto, arrepia-se com o vento que faz com que os cortinados brancos e transparentes dancem sonolentamente.
Olha para trás, para a sua cama e para o corpo masculino que repousa sobre ela.
Pensa se existirá maior perfeição do que aquele momento...Volta a concentrar-se no corpo. O tronco nu e moreno contrasta com os lençóis brancos de algodão. O peito confortável sobe e desce ao ritmo da respiração tranquila."Ele dorme que nem um bebé...", pensa ternamente.
Enquanto isso, um levíssimo e calmante ressonar escapa-se por entre os lábios perfeitos, que desenham um leve sorriso, mesmo a dormir. Os olhos cor de mel permanecem agora fechados e o cabelo despenteado repousa sobre a almofada. "A noite foi longa...", murmura para si enquanto continua a olhar para ele. Recorda a forma dos seus braços à volta do seu corpo, torneados e bonitos, dos seus lábios de menino traquina segredarem-lhe ao ouvido e percorrerem-lhe o corpo com beijinhos repenicados e atrevidos e da forma de como os seus corpos encaixam na perfeição. Adormeceu sobre o seu peito, enrolada nos seus braços e com a ideia de que era feliz.
Ao vê-lo deitado, a dormir como uma criança no mundo dos sonhos, voltou a concluir para si mesma "Estou feliz!".

1 comentários:

Unknown disse...

Hi!
Adorei o texto. Criativo
seu blog, tá lindo
beijos, Cibele