sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Pedra


Jaz no chão frio como pedra.
A chuva cai sob o seu corpo inerte.
Parece morta, não fosse o facto de o seu frágil e pálido corpo estar a tremer.
Está a chorar, mas as lágrimas confundem-se com as gotas de chuva, que cai agora mais furiosa.
Talvez nem esteja a chorar, é difícil de dizer...
Os olhos azuis como lâminas de gelo, estão fixos no nada, sem pestanejar...
Dobrada sobre si mesma, se como de um feto se tratasse, não liga ao frio nem á furiosa chuva que ameaça tornar-se gelo.
É o quadro em movimento perfeito, o tempo parece não passar.
Continua fixa no vazio, como se esperasse algo que não vem, que não pode vir...
Contudo, continua inerte, aquem de qualquer alma, dobrada sobre si mesma no chão frio, com a chuva a ensopar cada poro do seu frágil corpo.
Pedra sobre pedra, chuva sobre lágrimas, inércia sobre sonhos...Eu.

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