quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Noite


Declaro-me culpada!
Mas mas não cometi crime algum
O meu vício é a Noite, pois no Dia já nada me atrai...


És tu a minha Noite
Quem me traz as estrelas com o sorriso,
Quem me traz a Lua no olhar...
Quem me traz a fúria marítima
Onde á noite me quero banhar.

És tu oh Noite,
Que me trazes os sonhos cansados,
De onde já nada tiro,
De onde já nem os dias são amados.

Do Dia só me resta desprezo...
Um passado que do passado quer sair,
Uma angústia magoada, triste
Chega a ser serventil!

Porque és tão vil,
Doce Noite?
Porque me fazes sangrar tanto,
Contudo, com a doçura da criança risonha que brinca no baloiço?
Porque tomas tu a forma de quem não posso jamais ter ou amar?
Porque trazes tu sorrisos que embora luminosos de nada servem?

Oh Noite,
Meu doce e eterno vício,
Minha efémera felicidade engadanda,
Minha paixão e desespero...

Noite,
Que tomas os vivos por mortos,
Que embalas estrelas e mares...

Que vício este de ti...

Acaba com o Dia,
Manda-o embora...
Mata-o se for preciso...
Deixa-me apenas envolta em ti, ou no sonho de que te tomo como minha...

Minha Noite,
Meu vício.

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