terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mármore

Vegueio por esta floresta que é mais negra que a noite.

Não quero estar aqui, mas estou cansada demais para sair. Esperarei então pela luz do claro dia, que é trazida por ti meu belo e efémero Adónis.
Corpo de bela divindade, olhar de lince, perfil mais perfeito que o próprio Sol, digno de estátua marmórea, que nem as tuas mãos.
Cada traço cuidadosamente delineado, cuidadosamente talhado na pedra fina e elegante...
Não...não há estátua que consiga igualar a tua beleza!
Olhos mais doces que mel, sorriso mais sonhador que o de uma criança, menino encerrado num corpo de homem.
És incapaz de esconderes o que te perturba, o que te demove...Eu sei, eu sinto-o, eu vejo-o nos teus olhos, sinto-o na tua pele...
Oh doces lábios, que veneno haveis trazido...
Que desejo este de possuir o teu corpo, todo o teu ser...
E em segredo, baixinho, proclamo-te meu, meu Adónis, meu Apólo, meu Aquiles renascido...

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